Omar, o chefe guerreiro mouro, acabava de reconquistar Trancoso numa fúria destruidora que não poupava crianças, mulheres e velhos.
Iberusa Leoa, uma cristã de bonitas feições, conseguiu refugiar-se numa gruta e tornou-se ermitã. Passados tempos, quando pensava ter escapado das mãos dos sarracenos foi capturada pelos mouros e levada para o castelo onde ficou refém para ser trocada por um sobrinho do alcaide, feito prisioneiro pelos cristãos.
Guardada dia e noite por quatro mouros que se revezavam, Iberusa começou a falar-lhes do seu Deus cristão e da sua fé. Os mouros renitentes a princípio, acabaram convertidos e resolveram fugir com Iberusa. A cristã e os quatro mouros convertidos encontraram o exército de D. Afonso Henriques que vinha libertar Trancoso e foram imediatamente baptizados.
Trancoso foi resgatada pelos portugueses e nas suas imediações ficaram a viver os quatro mouros, numa vida solitária e mística dos eremitas.
Ficaram para sempre na memória do povo como os mouros convertidos de Trancoso.