Ana estava horrorizada. Como era possível ser-se tão mau? Observava, do outro lado da rua, uns rapazes que batiam num outro de pele escura. Eram quatro, e um deles até tinha uma faca na mão. E isto a meio do dia, na zona para peões! Muita gente passava, mas ninguém ajudava. Olhavam, curiosos, e seguiam. Porque é que ficavam todos indiferentes?
Ana sentia-se desamparada e só. Gostava de ter podido ajudar o rapaz, deitado no chão a sangrar. Mas como?
No dia seguinte, contou na escola o que lhe acontecera.
— Porque é que as pessoas não ajudam? — perguntou. O Sr. Juvenal, o professor, suspirou.
— Talvez — disse — porque cada um só pensa em si. O mundo tornou-se indiferente. Quem se interessa por uma vida humana?
— Bem — respondeu Ana decidida — eu não penso assim.
E propôs-se a si mesma nunca ser tão indiferente e egoísta como as pessoas que viu na rua.
Alguns dias mais tarde, a turma recebeu uma nova aluna.
— Esta é a Tânia — o Professor Juvenal apresentou-a aos colegas. — Sejam simpáticos com ela!
— Bomm dia! — sussurrou Tânia, e a turma começou aos risinhos.
(continua)
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